sábado, 22 de novembro de 2008

Esforço

Mais uma vez, refiro que não sou propriamente o Einstnein da minha rua. Estará o leitor a pensar: “ Este gajo estava tão bem caladinho, lá vem ele reclamar.”
Pois é. Não entendo como é que nos dias de hoje, se faz tanta coisa para nos simplificar a vida e ainda temos de agitar certos produtos, antes de os abrir. Não podiam vir já agitados? Ou vir com uma tomada para ligar e pronto? Agora ando para aqui agitar liquidos…mas eu sou alguma centrífugadora ou quê?
No outro dia aconteceu-me um pequeno, ligeiro, acidentezinho. Comprei um serviço de chá lá para casa, para poder servir às minhas amigas. Como eu sou um cavalo de hipismo, que em vez de saltar os obstáculos vou contra eles (vulgo estúpido), pensei que fosse necessário agitar aquela bosta. Como calcula, não ganhei mais do que uma novíssima colecção de cacos de loiça. Mas a minha primeira reacção, foi qualquer coisa como: “ Olha, não noto muita difrença entre as chávenas e os pires. Queres ver que isto é como os móveis do Ikea, que vêm por montar?”. Como é óbvio, fui à loja reclamar:
- Bom dia, oh chefe!
- Ora então muito bom dia, em que lhe posso ser útil?
- Olhe, isto aqui está com defeito, entorno o chá todo e queria trocar.
- Ora deixe cá ver…então mas isto está tudo partido!
- Ai está? Eu bem me quis parecer, que havia qualquer coisa de errado. E agora?
- Oh amigo…agora chapéu.
- Pois. Só que se eu beber chá pelo chapéu, vou estraga-lo por causa das nódoas do açucar.
- Deixe lá de ser menina e ponha-se na rua “home”!
Saí da loja com um sentimento de crueldade e injustiça, como se estivesse a ver a telenovela e de repente mudassem de canal para ver a bola. Gostava mesmo, para bem da evolução, deixassemos de agitar as coisas. Ficaria tudo mais simples. É que isto dos sumos é como as mulheres. Se não as agitarmos, depois já não vão saber à mesma coisa.

Calão
01/11/08

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